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links, links, links #4


Sexta-feira chegou e com ela vieram os linksque coletei durante as últimas semanas. Quer colocar a leitura em dia? Então, eu recomendo os (ótimos) links abaixo:

The Spinster Agenda // New Yorker
"A severely angered Spinster will rip your heart out and eat it, then burn your body in the crematorium located in the poetry section of every public library."

O fetichismo e a invisibilização de personagens bissexuais nas séries // ConversaCult
"Existe todo um estigma em relação aos bissexuais, pois muitas vezes são vistos como indecisos e confusos por parte dos heterossexuais e alguns membros na comunidade gay e lésbica, e a mídia mainstream na grande maioria das vezes anda colaborando para a fetichização e invisibilidade de personagens bissexuais."

Does Your Daughter Know It’s OK To Be Angry? // Role Reboot
"Girls need to know—and should be told explicitly—that it’s alright to feel anger. That it’s a healthy emotion that, as humans, they have the right to feel and express."

The Lost Art of the Mixtape // Cuepoint
"For the beauty of the mixtape alone, I’d love to see the cassette make a comeback, for everyone to have a chance to learn the art of the mix."

"Nem toda madrasta é má, nem toda mãe é maravilhosa" // AzMina
"Crescemos com aquela velha história manjada de “má-drasta”. A Branca de Neve tem uma que quer cortar o coração dela, a Cinderela tem uma que faz ela de empregada doméstica, e assim vai. Crescemos com a ideia de que madrasta é o contrário de mãe. Fazemos a piada “essa é boa-drasta” para as que não se encaixam no papel de bruxa má, sem perceber os valores de gênero que isso carrega, afinal, cai muito bem o papel de megera para qualquer mulher. Ainda mais se ela for “madrasta”."

How the women of Hamilton are changing Broadway // Vox
"Ultimately, the women of Hamilton are part of the musical's larger ambition, which is to reclaim the legacy of the American Revolution, making it no longer the exclusive property of white men."

Hollywood e o machismo vestido de amor // Think Olga
"O tipo de ilusão que leva inúmeras mulheres a insistir em relacionamentos incompatíveis e a permanecer em relações abusivas no aguardo do final feliz dos filmes, do sossego do príncipe, algo que realisticamente pode até terminar em morte."

Lorelai Gilmore, Stealth Antihero // Vanity Fair
"But in spite of all this, we love Lorelai—just as we were alternately fascinated and horrified by the antiheroes who succeeded her. We love her for her His Girl Friday–esque, rapid-fire dialogue and her obscure pop-culture references, how she embraces tiny scarves, junk food, and old movies with open arms. We love her relationship with Rory. More than anything, she’s so vivacious that we’re happy to look past her shortcomings in exchange for her presence."

CLAMP: Um grupo de mangakás totalmente feminino // Valkirias 
"Os enredos são ricos em personagens carismáticos, toda a história construída ao longo dos volumes é bem amarrada e a arte é belíssima. É difícil ler uma obra dessas artistas e passar incólume, eu sempre fico cada vez mais apaixonada a cada releitura. Há diversidade, representatividade e altas dose de magia."

A Cut of Reality: What I Learned While Writing Reality TV // The Toast
"I’ve been told by some that sadness can be a problem of narrative, the narrative we see in our own lives. One day you own it, the next the plot seems out of your control. Like having too many hands in the pot—everyone else has had their say about your life, and the taste of it all is not what you had planned."

RPG e Violência Simbólica // Minas Nerds
"Então a gente tem esse monstrinho nocivo. A violência simbólica. Que é essa possibilidade de agredir alguém não no mundo físico, mas impondo coisas no nível simbólico. Agredindo não a entidade física, mas o “mundo das ideias” que compõe uma pessoa."

Girls in The House - Episódio 1.01 - Date Night


Para finalizar, quero deixar mais uma indicação que veio lá do Divulgando Blogueiras: se você curte beleza e moda, não pode deixar de visitar o Delineadas. O blog é criação da Tâmara Mendes de 18 anos e ela está sempre mostrando tendências bacanas nos assuntos citados. Recomendo muito!

Arte: Andrew Bannecker
Mia Fernandes

atividades para o final do inverno

Nós ainda temos algumas semanas de frio para curtir e por mais que muitas pessoas curtam a estação, para outras é um verdadeiro suplício sair da cama e ser ativo. Particularmente, me encontro bem no limiar entre esses dois tipos: nunca sei se vou acordar amando o clima gelado ou se passarei as próximas horas imóveis debaixo dos cobertores.

Para buscar um pouco mais de motivação, resolvi criar uma lista com atividades interessantes e que podem ser realizadas nesse tempo frio. Tá querendo encontrar uma boa razão pra se movimentar? Olha só:

1. Organizar uma noite do fondue com os amigos.
2. Experimentar receitas de chocolate quente.
3. Chamar os amigos para fazer uma maratona de filmes/seriados.
4. Arrumar o armário e doar as roupas que não quero para quem precisa.
5. Visitar os museus da cidade.
6. Fazer um curso sem sair de casa no Coursera.
7. Ouvir um audiolivro.
8. Sair de casa e caçar pokémons no PokémonGo.
9. Fazer uma sessão de spa dentro de casa.
10. Visitar Campos de Jordão.
11. Limpar os pincéis de maquiagem.
12. Usar aquela roupinha de inverno que ainda não saiu do armário nessa estação.
13. Organizar uma noite com jogos de tabuleiro.
14. Chamar os amigos para experimentar vinhos.
15. Terminar de assistir a "Minha Lista" da Netflix.
16. Aprender a bordar.
17. Fazer uma "limpa" na coleção de esmaltes e maquiagem.
18. Tomar cervejas diferentes.
19. Pedir o delivery no meu restaurante favorito.
20. Reler meu livro favorito.
21. Testar novas receitas de sopa.
22. Aproveitar as liquidações de roupas/sapatos de inverno.
23. Completar um quebra-cabeça.
24. Trabalhar como voluntária.
25. Experimentar a comida de um restaurante que eu nunca fui.
26. Planejar uma viagem para quando o clima esquentar.
27. Ir ao teatro.
28. Levar o cachorro para passear no parque.
29. Tentar estabelecer uma rotina (leve) de exercícios em casa.
30. Fazer cupcakes com sabores diferentes.

Agora eu quero saber: quais são seus planos para o final do inverno? Me conte tudo nos comentários!
Mia Fernandes

wishlist: decoração do home office

Como trabalho há mais de um ano em casa, sempre entendi a necessidade de criar um cantinho especial em que eu pudesse me isolar e trabalhar. Por morar em um apartamento, isso torna o espaço disponível bem limitado, então preciso dividir o meu quarto com o home office.

Estou sempre pensando em maneiras de decorá-lo para criar uma harmonia maior entre os ambientes e foi assim que encontrei a inspiração para essa wishlist. Olha só quantos itens incríveis eu encontrei e que certamente vão deixar seu home office com outra cara:

1. Sweet Home Office Memory Board // R$ 134,00 // Tok & Stok
2. Moonrise Kingdom Pôster em MDF // R$ 85,00 // Colab55
3. Kit 4 Porta Chaves CMYK // R$ 39,90 // Casa Geek
4. Bandeja com Luminária Hora de Aventura // R$ 119,90 // O Segredo do Vitório
5. Luminária & // R$ 199,90 // L3 Store
6. Luminária Pontos de Luz (Grande) // R$ 249,90 // Imaginarium
7. Almofada para Celular Gatinha // R$ 20,90 // Uatt
8. Poltrona Mimo Rosa Vintage // R$ 999,90 // WestWing

Agora eu quero saber: qual é seu item favorito da lista? Tem algum outro item bacana na sua wishlist de decoração? Me conte tudo nos comentários!
Mia Fernandes

life is strange


Podemos começar dizendo que Life Is Strange é mais um entre centenas de jogos recém-feitos no formato “Telltale”, gênero que ficou bastante popular na nova geração de consoles após o lançamento do dito genial The Walking Dead, mas que se consagrou de verdade após esse mesmo título ter angariado diversos prêmios como melhor jogo do ano em várias premiações especializadas em games. Estamos falando aqui de um jogo que não tem gráficos de encher os olhos, como os de outros jogos lançados na mesma época, e que também não possui um gameplay tão complexo (o que pode atrair gamers menos experientes). Estamos falando de um jogo no formato Telltale, ou seja, um conto no formato de videogame.

Para quem não conhece o gênero (ou para quem simplesmente não es-tá por dentro do mundo dos games), jogos nesse formato, que costumam ser lançados em episódios, como séries de TV, focam sua atenção no enredo, que muitas vezes pode ter qualidade superior à de muitos outros games mais famosos ou mais caros. Você, o jogador, até pode andar com o personagem por cenários bonitos e resolver alguns puzzles, mas não pode se esquecer: o foco aqui é a história.


Para alguns (principalmente para aqueles que não se dedicaram em descobrir jogos do gênero), pode parecer que um jogo assim, no formato de drama interativo, como também pode ser chamado, não possui muitos atrativos ou desafios. Alguns deles podem até estar corretos, mas jogos desse tipo (e estou falando não só de Life is Strange, mas também do próprio The Walking Dead), são capazes de emocionar a ponto de fazer muitos chorarem, sem brincadeira. Também é fascinante o fato de o enredo poder ter acontecimentos diferentes entre os jogadores, pois permite que a história seja única para cada um. Para isso, jogos assim usam e abusam da lei da causa e consequência e podem até te colocar diante de situações críticas, que o farão pensar até sobre suas escolhas de vida.

Que o diga quem jogou o quarto episódio de Life is Strange, não?
Life is Strange é um jogo em terceira pessoa, no aclamado formato telltale, em que o jogador controla uma garota chamada Max em sua rotina escolar e em sua vida pessoal. Há grande atenção para sua amizade com Chloe, que é retomada quando Max presencia o seu assassinato no banheiro feminino da escola em que estudam. Mas como é que a amizade pode ser retomada quando uma delas morre?, você que não conhece o jogo deve estar se perguntando, e eu explico: nesse momento desesperador, Max descobre que pode voltar no tempo e evitar a morte da amiga de infância. A partir daí, voltar no tempo se torna sua ferramenta de trabalho para fazer com que as coisas aconteçam ou não, e isso pode gerar consequências leves ou severas no desenrolar da sua história, recurso que o jogo utiliza com maestria em grande parte do seu desenrolar.

LIS pode não ter tomado pra si todos os prêmios da indústria dos games, como The Walking Dead fez, apesar de ter sido indicado em grande parte deles, mas seu trabalho ao trazer novos fãs para esse formato de jogo foi muito mais notável do que o de TWD ou de outros jogos da empresa Telltale Games. Com o advento da fama de jogos em episódios e com escolhas cheias de consequências, a categoria de repente se viu saturada de jogos parecidíssimos com TWD, o que tornou o lançamento de Life is Strange, em 30 de Janeiro de 2015, uma onda de frescor para o meio.

Primeiro porque LIS trazia uma história inteiramente nova, ao invés de ser mais um spin-off de séries de TV ou de grandes filmes do cinema. Segundamente, Life is Strange pôs o jogador em um ambiente comum, uma escola de ensino médio no meio de uma cidade litorânea, Arcadia Bay, recheando-o de situações extremas e impactantes em meio a diálogos marcantes e momentos de calmaria. Seu roteiro tratou de suicídio, traição entre amigos, relações amo-rosas conturbadas e perda de entes queridos de maneira profunda e envolvente, mas também falou de amor, amizade e companheirismo, de um jeito que só um jogo preocupado com o próprio roteiro poderia fazer.

E foi exatamente o que os desenvolvedores de Life is Strange fizeram. Reza a lenda que a pequena equipe da Dontnod Entertainment, preocupada com a qualidade do jogo, dedicou boa parte do seu orçamento ao seu roteiro e aos atores de dublagem, que deveriam ser excepcionalmente bons em um jogo cujo foco está voltado para a própria história. O sacrifício e os esforços deram resultado: LIS foi indicado ao The Game Awards, considerado o Oscar dos games, nas categorias de Melhor Atuação em jogos, com a performance da personagem Chloe, e de Jogos para Impacto, que foca em games que pensam em fazer a diferença em âmbito social – e nessa categoria o prêmio foi seu.

Junto com os prêmios (e ouso até dizer que isso aconteceu antes deles), Life is Strange ganhou fama, milhões de jogadores ao redor do mundo e uma fanbase sólida, que aguarda ansiosamente por uma continuação do jogo, que ainda não se sabe se vai acontecer. Mesmo assim, basta dar uma olhada nas fotos de cosplayers de qualquer evento de cultura nerd e tenho certeza de que você vai encontrar a Max ou a Chloe (e muito provavelmente as duas juntas) encenadas por fãs.


Isso porque Life is Strange conseguiu ser único quando isso parecia impossível no meio em que se encontrava, trazendo uma proposta incrível com um gameplay simples.
Para aqueles que já conhecem e finalizaram o jogo há bastante tempo, pode parecer estranho eu estar escrevendo sobre esse assunto agora, mas uma notícia recente deu novo fôlego ao jogo e alegrou a muitos dos seus fãs: há uma série de TV (ou filme, eles ainda estão se decidindo) live-action baseada no jogo a caminho, o que, por si só, considerando que o jogo é relativamente novo, deixa clara a importância que o game teve e a influência que ainda tem sob o público gamer. Não há como concluir Life is Strange e dizer que esse é só mais um jogo telltale como todos os outros: ele foi feito para emocionar e foi muito bem sucedido nisso.


Para quem quiser sentir pela primeira vez ou apenas relembrar o clima do jogo, segue a playlist oficial com a trilha sonora de Life is Strange. Diga se ela não é ótima para embalar um desses fins de tarde ensolarados, quando estamos sem vontade de fazer nada?


E para quem se interessou pelo jogo, ainda que ele não seja tão caro (eu mesmo paguei R$ 40,00 no conjunto dos cinco episódios na época), saiba que o seu primeiro episódio está de graça nas lojas online do Xbox e do Playstation para compra.



P.S.: Para os que já jogaram, é impressão minha ou o jogo te obriga MESMO a querer escrever fanfics yuri shippando a Max e a Chloe?


Mia Fernandes

shakespeare and company


Ao contrário de muitas garotas da minha faixa etária, eu confesso que nunca sofri dessa fascinação França/Paris. Culpo a falta de interesse na Cidade Luz em meu nome francês. Há uma grande possibilidade que meu pouco conhecimento de moda também esteja envolvido nessa apatia turística.

Mas aí eu descobri um lugar.

Sabe quando você está navegando livremente pelo vasto campo da internet e repentinamente, um lugar em que nunca esteve, um cantinho que seus pés nunca pisaram, simplesmente vai lá e arrebata seu coração e o leva para sempre como refém?

Foi assim que eu conheci a Shakespeare and Company.

Como me encontro no meio de um ano sabático (a.k.a. não tenho dinheiro sobrando para fazer uma loucura e comprar passagens de avião para a França, com o único propósito de conhecer uma livraria), tive que me contentar com um pequeno tour virtual pela Rue de la Bûcherie, patrocinado pelo nosso querido Google Streetview.

A Shakespeare and Co. (sou íntima) fica no número 37. Escondidinha. Dá pra passar despercebido se você não estiver prestando muita atenção (o que não é complicado, já que ela fica na frente da Catedral Notre Dame).

A livraria é especializada em livros da língua inglesa e já foi figurante nos filmes Antes do Pôr-do-Sol e Meia-Noite em Paris. Eu poderia me perder em linhas e mais linhas contando toda a história do local, como ele se tornou o epicentro da cultura beatnik na França e até mesmo, um símbolo da resistência durante a Segunda Guerra Mundial, porém, creio que por ventura acabaria deixando algum fato de fora e isso seria imperdoável.

Deixo um vídeo da Sylvia Whitman, administradora atual da Shakespeare and Co., falando sobre todo o encanto da livraria. Se após o vídeo, você se encontrar num estado de paixonite aguda, como essa que vos escreve, creio que poderemos suplantar nossos devaneios parisienses com a leitura de SHAKESPEARE AND COMPANY - UMA LIVRARIA NA PARIS DO ENTRE-GUERRAS. Obra autobiográfica da livreira Sylvia Bleach (que foi quem fundou tal pedaço de paraíso) e graças aos céus, disponível em nosso lindo idioma pela editora Casa da Palavra.


Créditos: Columbia Global Reports
Mia Fernandes